|
domingo, novembro 27
Havia um perfume estranho no ar. Ele sentia-o. Quase uma presença. A presença dela. Ela, nesse aroma que agora ele sentia no ar. Aproximou-se da janela. Chovia. Chove sempre, nestes dias em que as recordações batem à porta. Mas não eram recordações. Era só a impressão de um aroma. Só a ideia de um perfume há muito esquecido no frasco. Talvez se escondesse numa qualquer peça de roupa, abandonada, que ele se recusara a arrumar. Talvez se soltasse da marca já quase inexistente do corpo dela nos lençóis. Talvez vivesse nos lábios dele, desde o último beijo, que lhe soubera tão a ela. Esse beijo rápido, de um "até já", que crescera para um "nunca mais" não dito. O perfume dela, na despedida que não houve...
sexta-feira, novembro 25
mensagens gratuitas
1500 SMSs gratuitos, por semana, para 91. Esta maravilha acabava a 30 de Novembro. Exacto, acabava. Porque eles deram-nos uma prenda de Natal."Esta promoção dos 1 500 SMSs gratuitos para 91's, que tinha validade até 30 de Novembro, foi prolongada até 14 de Dezembro de 2005. Será retomada a 2 de Janeiro de 2006 de forma automática, sem necessidade de subscrição, e terá validade até 30 de Junho de 2006."Como se isto não fosse o bastante, ou fantástico por si só, eis que:
"O que gastares em SMSs nacionais para a rede Vodafone, entre os dias 15 e 31 de Dezembro de 2005, ser-te-á devolvido de forma automática e sem necessidade de subscrição, até ao dia 13 de Janeiro de 2006."
quarta-feira, novembro 23
óleo na tela II
óleo em tela
terça-feira, novembro 22
quero dormir...
segunda-feira, novembro 21
carta de amiga
Eram 18 e pouco quando meti a chave na porta do prédio. Estafada. Caixa do correio. Um envelope verde, A5, almofadado. Lá dentro, uma fitinha de pano e um ratinho de brincar, para os gatos. Para mim, palavras simples, que me abraçaram. E um poema de Alexandre O'Neill.
A letra, que conheço tão bem, guardo só para mim, assim como o papel, e os seus vincos, e tudo o que compõe essa carta em linguagem não verbal. O poema partilho.
Obrigada, N.
A letra, que conheço tão bem, guardo só para mim, assim como o papel, e os seus vincos, e tudo o que compõe essa carta em linguagem não verbal. O poema partilho.
Obrigada, N.
Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!
segunda
Segunda-feira de chuva. Fala por si.
Durante o fim de semana (de menos chuva que hoje!), deparei-me com o espaço da Maria Lua. O que eu já me ri com as aventuras da Maria Lua. Através dela, fui parar a um recanto fotográfico da blogosfera, o FotoBen, que, pela qualidade das imagens, recomendo.
Boa segunda-feira de chuva.
Durante o fim de semana (de menos chuva que hoje!), deparei-me com o espaço da Maria Lua. O que eu já me ri com as aventuras da Maria Lua. Através dela, fui parar a um recanto fotográfico da blogosfera, o FotoBen, que, pela qualidade das imagens, recomendo.
Boa segunda-feira de chuva.
domingo, novembro 20
o outro lado da moeda
Vi isto no Vizinho, cliquei e... fazer alguma coisa é também divulgar.Os vizinhos já devem ter reparado naquela barra obliqua que está ali em cima no canto direito, "Make Poverty History", mas possivelmente nunca clicaram e haverá certamente quem não saiba sequer do que se trata.(Flash. Abre numa nova janela)
Pois bem, acho que encontrei uma forma muito elucidadiva de vos explicar:
Em português
Em inglês
sábado, novembro 19
porque hoje é sábado
O RELÓGIO
- adereço conceptual para usar no pulso -
Pára-me um tempo por dentro
Pára-me um tempo por fora.
O tempo que foi constante
no meu contratempo estar
passa-me agora adiante
como se fosse parar.
Por cada relógio certo
no tempo que sou agora
há um tempo descoberto
no tempo que se demora.
Fica-me o tempo por dentro
passa-me o tempo por fora.
José Carlos Ary dos Santos
- adereço conceptual para usar no pulso -
Pára-me um tempo por dentro
Pára-me um tempo por fora.
O tempo que foi constante
no meu contratempo estar
passa-me agora adiante
como se fosse parar.
Por cada relógio certo
no tempo que sou agora
há um tempo descoberto
no tempo que se demora.
Fica-me o tempo por dentro
passa-me o tempo por fora.
José Carlos Ary dos Santos
sexta-feira, novembro 18
origami
"Todo o origami começa quando pomos as mãos em movimento. Há uma grande diferença entre compreender alguma coisa através da mente e conhecer a mesma coisa através do tacto."
- Tomoko Fuse -
Origami é a arte japonesa de dobrar papel.
Desenvolve a coordenação motora, a capacidade de concentração, acalma as pessoas e estimula a criatividade.
Bela ideia para sexta-feira à tarde!
Desenvolve a coordenação motora, a capacidade de concentração, acalma as pessoas e estimula a criatividade.
Bela ideia para sexta-feira à tarde!
Mais aqui e aqui.
quinta-feira, novembro 17
coreografia
É coreografia de saboresO teu corpo,
que
Sob a minha língua,
se
Contrai,
e se
Expande,
e
Foge,
e se
Entrega...
Rendido!
quarta-feira, novembro 16
Habana Blues
Em Habana Blues encontramos as nossas vidas. Cada momento é uma decisão, cada passo uma opção... Prende-nos nas decisões que tomamos e entristece-nos nas que, não sendo nossas, nos afectam! Porque a vida não é só gerir o nosso lado, é viver permanentemente na gestão dos outros! E fala, sobretudo, desse mundo complexo dos afectos, em todas as suas dimensões!
terça-feira, novembro 15
pensamento de fim de tarde
O Perigo da Hesitação Prolongada
Toda a gente há-de ter notado o gosto que têm os gatos de parar e andar a passear entre os dois batentes de uma porta entreaberta. Quem há aí que não tenha dito a algum gato: «Vamos! Entras ou não entras?» Do mesmo modo, há homens que num incidente entreaberto diante deles, têm tendência para ficar indecisos entre duas resoluções, com o risco de serem esmagados, se o destino fecha repentinamente a aventura. Os prudentes em demasia, apesar de gatos ou porque são gatos, correm algumas vezes maior perigo do que os audaciosos.
Os Miseráveis
Victor Hugo
Victor Hugo
pensamento matinal profundo
"Para se ser, não basta pensar-se no que é ser,
tem que se ser, de facto.
Por este motivo, nunca serei um pinguim."
segunda-feira, novembro 14
saudade
Sou sensível à saudade. Talvez isso faça parte da herança deste povo, dizem que saudade é uma palavra quase da exclusividade da língua portuguesa.
O texto que se segue, em bom português, fala de saudade com saudade, e provoca, diria quase inevitavelmente, sentimentos de saudade. É da autoria de Miguel Falabella, e foi publicado no jornal "O Globo". Encontrei-o num blog recém-descoberto, o ante et post.
"Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quart o, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ele continua cantando tão bem; se ela continua detestando o MC Donald's; se ele continua amando; se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler... "
O texto que se segue, em bom português, fala de saudade com saudade, e provoca, diria quase inevitavelmente, sentimentos de saudade. É da autoria de Miguel Falabella, e foi publicado no jornal "O Globo". Encontrei-o num blog recém-descoberto, o ante et post.
"Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.
Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quart o, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania de estar sempre ocupada; se ele tem assistido às aulas de inglês, se aprendeu a entrar na Internet e encontrar a página do Diário Oficial; se ela aprendeu a estacionar entre dois carros; se ele continua preferindo Malzebier; se ela continua preferindo suco; se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados; se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor; se ele continua cantando tão bem; se ela continua detestando o MC Donald's; se ele continua amando; se ela continua a chorar até nas comédias.
Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
Não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
Não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
Não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;
Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler... "
domingo, novembro 13
devendra
Este senhor encheu a Aula Magna de uma alegria simples e contagiante.
Devendra Banhart e os Hairy Fairy, cantaram e encantaram.
Cripple Crow, o novo álbum, foi apresentado ao vivo e a cores. E, como bónus, o meu querido At the hop... Que prenda!
Cripple Crow, o novo álbum, foi apresentado ao vivo e a cores. E, como bónus, o meu querido At the hop... Que prenda!
sábado, novembro 12
eu vou
sexta-feira, novembro 11
missão de fim de semana
Procura a maravilha.Onde um beijo sabe
a barcos e bruma.
No brilho redondo
e jovem dos joelhos.
Na noite inclinada
de melancolia.
Procura.
Procura a maravilha.
Eugénio de Andrade
early morning view
Queria ir tomar o meu café matinal aqui... com vista!
quinta-feira, novembro 10
os ditadores
Gosto de livros históricos. E tenho um especial fascínio por livros sobre a época da II Guerra Mundial, em todas as suas vertentes.
Pela primeira vez uma análise profunda dos dois regimes e das suas populações. Richard Overy tenta responder a algumas questões. Como foram possíveis essas ditaduras? Como funcionaram? Qual era o laço que unia de modo tão poderoso o ditador e o seu povo? Overy apresenta um relato vivido e notável referente às diferentes maneiras como Estaline e Hitler chegaram ao poder, e abusaram e dominaram os seus respectivos povos.
"Os Ditadores" é uma arrepiante análise do poder corrompido pela vaidade de homens ambiciosos e sem escrúpulos.
Este chegou-me hoje às mãos, uma prenda inesperada do meu Pai! Também ele partilha este meu gosto especial por este período da História (ou serei eu que partilho o dele?). Folheei-o, senti-lhe as páginas e preparo-me para mergulhar nas palavras.
café, por favor
terça-feira, novembro 8
estilo
... tem-se!
segunda-feira, novembro 7
1 ano
Há um ano a fazer experiências na blogosfera
domingo, novembro 6
sei
Assisto à ausência de palavras, à ausência de vontades, as tuas, não as minhas. Acaricio as minhas com o calor húmido de lágrimas que não contenho, porque me falam de ti. Sussurro-lhes os gestos doces que eram para ti, numa tentativa inglória de consolo. Sei-as tristes. Sei-me triste.
sábado, novembro 5
moleskine
"I never travel without my notebook. One should always have
something sensational to read in the train."
- Oscar Wilde -
something sensational to read in the train."
- Oscar Wilde -
Moleskine.
Ontem, adquiri o meu primeiro Moleskine, um bloco discreto, de 9x14 cm, capa preta e elástico, folha branca e bolso interior. É o belo exemplar da imagem, ainda virgem, sem qualquer mácula na capa. Sei que não permanecerá assim, e isso é parte do encanto que um bloco de notas tem - as marcas do nosso uso!
A história dos Moleskine é antiga. Encontrei-a aqui e aqui. E seria injusto deixar de fora a Comunidade Moleskine, como os vejo, depois de me perder nos seus espaços e ideias.
Ontem, adquiri o meu primeiro Moleskine, um bloco discreto, de 9x14 cm, capa preta e elástico, folha branca e bolso interior. É o belo exemplar da imagem, ainda virgem, sem qualquer mácula na capa. Sei que não permanecerá assim, e isso é parte do encanto que um bloco de notas tem - as marcas do nosso uso!
A história dos Moleskine é antiga. Encontrei-a aqui e aqui. E seria injusto deixar de fora a Comunidade Moleskine, como os vejo, depois de me perder nos seus espaços e ideias.
"Losing my passport was the least of my worries;
losing a notebook was a catastrophe."
- Bruce Chatwin -
losing a notebook was a catastrophe."
- Bruce Chatwin -
sexta-feira, novembro 4
nostalgia
quinta-feira, novembro 3
tempo
Avançam as horas sobre nós e consomem o nosso tempo, sem tempo para saberem se tivémos tempo para aproveitar o tempo que tivémos.
quarta-feira, novembro 2
proximizade
Proximidade e mão amiga. "Proximizade", feita do entusiasmo voluntário de quem quer ajudar a combater a apatia, a dispersão e a insensibilidade que nos ameaça se continuarmos indiferentes ao que se sabe e ao que se vê. E ao que se deixa por sentir.
Nós sentimos assim. E acreditamos numa sociedade que quer sentir da mesma forma e intervir sem demora.
Aqui, já está a acontecer.
Nós sentimos assim. E acreditamos numa sociedade que quer sentir da mesma forma e intervir sem demora.
Aqui, já está a acontecer.
mousse
Passei o dia em casa, estou com gripe. Deixei-me levar por desejos. Fiz mousse de chocolate. Assumo-me como gulosa.
E soube-me mesmo bem!
E soube-me mesmo bem!
Não resisti a um closeup!!
gostos
"Não faças aos outros aquilo que- George Bernard Shaw -
gostarias que te fizessem a ti.
Os seus gostos podem ser
diferentes dos teus."
terça-feira, novembro 1
...
fazes-mefalta