uma história de amor
Se tudo fosse
Nada, que tivesse
Um qualquer significado
Ainda que vazio...
por Joana G.
“O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá – Uma história de amor” fervilha ainda na minha cabeça, não só porque o li ainda esta semana (devorei será mais aproximado da verdade!), mas também porque está cheio de alusões infantis que nos fazem sonhar mesmo em graúdos. Sinto-o como um livro para todas as idades, porque de cada vez que o lermos dar-lhe-emos novos e mais profundos significados. Jorge Amado escreveu esta história em 1948, como presente para o seu filho João Jorge, e nela se sente ainda toda a intenção de uma oferta de amor.
O narrador interpela-nos e nada mais há a fazer senão deixarmo-nos envolver - “Desejo dizer que há gente que não acredita no amor à primeira vista. Outros, ao contrário, além de acreditar, afirmam que este é o único amor verdadeiro. Uns e outros têm razão. É que o amor está no coração das criaturas, adormecido, e um dia qualquer ele desperta, com a chegada da Primavera ou mesmo no rigor do Inverno. (...) De repente, o amor desperta de seu sono à inesperada visão de um outro ser. Mesmo se já o conhecemos, é como se o víssemos pela primeira e por isso se diz que foi amor à primeira vista.”!
Quase não tenho espaço para questionar estas “verdades”, fiquei apenas num estado de subtil felicidade e contentamento. Como diz o mesmo narrador pertinente “Temos olhos de ver e olhos de não ver, depende do estado de espírito de cada um.”.
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